Título original: Message in a bottle 
Endereços: Buscapé | Orelha de Livro
Gênero: Romance americano
Páginas: 288
"Juro que às vezes acho que você nunca aprendeu nada com a vida. Mas sei exatamente o que está acontecendo. Você ficou tão viciado na solidão que tem medo do que possa acontecer se encontrar outra pessoa que consiga tirá-lo disso." Trecho extraído da página 196
Sei que quando estamos emocionalmente abalados por conta de uma história, não podemos escrever sobre ela em um curto período de tempo. Não é uma regra em si, mas é algo sensato a se fazer, com o intuito de não deixar as emoções falarem mais alto que os argumenos. Contudo, não estou nem aí. Sinceramente, preciso escrever sobre esse livro nesse instante, tendo terminado a leitura há poucas horas. Meu rosto inchado e vermelho, o nariz entupido, o travesseiro molhado e os olhos ardidos estão implorando para que eu liberte as minhas sensações a respeito dessa trama desenvolvida por um dos meus autores favoritos - que, por sinal, durante muitos dias de leitura me deixou irritada, com o pressentimeno de que iria me decepcionar. 

Estou sem palavras. Fiquei acompanhando a história por uns bons dias e não estava conseguindo gostar do que lia, com exceção de uma parte aqui e outra lá. E agora isso, estou com a parte branca dos olhos da cor de um tomate, ardendo feito pimenta (estou com fome, ignorem a comparação à comida) e com o coração pesado, uma vez que o autor conseguiu tocar em vários pontos sensíveis da minha vida. Demônios pessoais antigos que preciso lidar todos os dias e que no momento parecem ter encontrado a chave da jaula que os prende à minha alma, aberto-a e pensando em ir para bem longe dela. Estou refletindo sobre coisas que não queria e não sei como lidar com isso. Céus!

Os personagens são muito, muito reais. Theresa é uma mulher atarefada, que trabalha na redação de um jornal como colunista. Depois de ter sido traída pelo antigo marido, não consegue mais pensar que um dia poderá encontrar um amor de verdade, daqueles que roubam o ar dos pulmões com um olhar. É uma protagonista interessante e inteligente. Garrett, por outro lado, é um homem que gosta de simplicidade e da natureza, principalmente àquela parte azulada e refrescante da coisa. É apaixonado pelo oceano e pela calmaria. E é o tipo de cara que, quando ama, corram para as colinas, porque é pra valer. É uma pena gigantesca que eu não tenha conseguido me envolver com nenhum dos dois. O único personagem que ganhou minha atenção foi Kevin, filho de Theresa com o antigo marido, que tem a típica energia pré-adolescente que deixa qualquer mãe maluca. 

Uma carta de amor fala delicadamente das oportunidades que deixamos passar todos os dias, das inúmeras chances que devíamos dar a nós mesmos e sobre como o amor pode ser maravilhoso e ao mesmo tempo perturbador. Mostra a potência dele, quando verdadeiro, mesmo após uma das partes falecer e, assim, sua capacidade de estagnar completamente uma vida ou impulsioná-la para frente, servindo como uma espécie de combustível diário que nunca se esgota. Apesar de não ter gostado do desenvolvimento da história em si (o romance existente entre o casal protagonista não conseguiu me envolver durante a maior parte da leitura e isso só mudou com o último capítulo) a mensagem que carrega é importante e devia ser conhecida por todos, pois vale a pena. Me dei conta de que os capítulos finais foram decisivos para a minha mudança de opinião e acho isso hilário. Como um autor pode fazer alguém mudar de opinião assim? Garanto que não é à toa que Nicholas Sparks já vendeu mais de 90 milhões de livros e é um dos queridinhos mundiais.

Se me pedissem para resumir essa obra em algumas palavras, diria que Uma carta de amor é um livro triste, bonito e maduro, que não pode ser lido por qualquer um. Digo isso porque, diferente dos outros romances publicados pelo autor que já li até hoje, os protagonistas não são tão jovens e com o espírito livre de qualquer coisa que os impeça de amar - muito pelo contrário, enfrentam muitos problemas para tentar fazer dar certo. O desfecho também não é previsível. Também não tem aquele clima de amor surreal. Nele, é muito fácil perceber que existe por aí um Garrett deprimido e fortemente preso ao passado, e uma Theresa descrente que o amor verdadeiro possa um dia bater na porta de seu coração. Ambos sofrendo por amor, embora por causas distintas derivadas dele. 

Sobre os dados técnicos, a narrativa é feita em terceira pessoa sobre Theresa e Garrett, as páginas são amareladas, a fonte possui um tamanho ótimo e a diagramação é simples, contendo poucos errinhos na revisão. Em uma escala de zero a cinco, essa leitura leva três e é recomendada para quem gosta de romances bem maduros, nos quais o lado espinhento dos relacionamentos é bem destacado.

17 Comentários

  1. Olá,
    Não curto muito o estilo de livro do Sparks, simplesmente não consigo me envolver e acreditar nas histórias dele, não me matem, mas tenho essa opinião sobre ele. Mas o livro parece ser legal pra quem curte.
    Beijos.
    Memórias de Leitura - http://memorias-de-leitura.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Inês! Uau, jura? Ele é um dos meus autores favoritos e realmente é um prato interessante para quem gosta do autor e de seu estilo.
      Um beijo!

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  2. Sua resenha me deixou com mais água na boca para ler. rsrs
    Eu tenho este livro, mas ainda não li. O tio Nick sempre nos emociona.

    Beijo e sucesso!

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    1. Oi, Fernanda! Eba! Fico muito feliz com isso!
      Leia, menina! Leia!
      Um beijo e obrigada!

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  3. Oi, como vai?

    Eu achava que todos os livros do Nicholas tinham personagens mais novos e tal, mas gostei de saber que nesse o casal é mais velho, mais maduro. Acho que isso não torna a história tão clichê como as outras!

    Beijos,
    Caroline, do criticandoporai.com.br

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    1. Oi, Caroline! Vou bem e você?
      Pode acreditar que não torna mesmo! O impacto é bem visível; os problemas enfrentados pelos personagens são bem reais e comuns, o que acaba nos aproximando deles, de certa forma.
      Um beijo!

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  4. Oooi

    O Nick ganha varios elogios por suas obras, mas eu não consigo ler ou me sentir atraida pelos enredo.
    Acho que mesmo você dizendo que não é clichê, por se tratar do Nicholas, eu vou achar clichê hahaha; Não sei, gostei da sua resenha por ser completa, mas a obra não me atrai


    Beijinhos,
    www.entrechocolatesemusicas.com

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    1. Oi, Ana!
      Mais uma dizendo isso hoje. Vou chorar! Hahaha.
      Entendo o seu posicionamento. Opinião é opinião, né?
      E muito obrigada!
      Um beijo!

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  5. Olá, Jeni! :D Eu não sou muito fã dos livros do Nicholas Sparks, adoro ele como pessoa, mas fui ler aquele "Querido John" e achei muito açucarado! rs Um dia, porém, quando bater aquela vontade de ler um romance, vou pegar algo dele! Parabéns pela resenha! Bjos :*

    www.bibliophiliarium.com

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    1. Oi, Tici! Sério, menine? Que peninha! O Nicholas é um dos meus autores favoritos. Gosto das mensagens profundas que ele passa em suas histórias.
      Um beijo e obrigada!

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  6. Hey!

    Sempre que vou fazer uma resenha procuro ser o mais rápida possível pra não esquecer nada que senti lendo o livro, afinal em uma resenha é totalmente válido dar sua opinião e passar para os leitores o que você sentiu enquanto lia.
    Já li alguns livros do Nicholas e amei a maioria, mas agora já não tenho mais tanta vontade em ler outras coisas dele, porque sempre segue a mesma base com todas as histórias e isso acaba enjoando um pouco...

    ooutroladodaraposa.blogspot.com.br

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    1. Oi, Raissa! Também sou assim!
      Entendo a sua posição. Muita gente reclama disso mesmo.
      Um beijo!

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  7. Oi, Jeni!
    EU SUPER QUERO LER ESSE LIVRO!
    Eu sou fã do Sparks e este é um dos pouquíssimos livros dele que ainda não li. Não li "O Resgate" ainda, mas pretendo.
    Sobre este livro, é bem provável que eu morra de chorar ao concluir a leitura também. Sou pior que manteiga derretida e Sparks sempre faz isso comigo.
    Entendi bem sua opinião. Por sorte o final mexeu contigo e te fez gostar da história em si. Adoro romances maduros e é bem provável que irei amar este.
    Abraço!

    "Palavras ao Vento..."
    www.leandro-de-lira.com

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    1. Oi, Leandro! Eba! Eba!
      Jura? Ai, vem cá, me dá um abraço.
      Sparks é muito maldoso! Tem que ver como o último capítulo é super emocionante... é impossível não chorar!
      Um beijo!

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  8. Sou muito fã do Sparks e, apesar de todas as críticas em relação a seus trabalhos, até hoje nenhuma obra me incomodou, obviamente com essa não foi diferente. É bem verdade que até determinado momento senti a falta da emoção característica das obras sparkianas, mas ao chegar ao final é impossível não se emocionar - o que pode ser considerado engraçado, imagino eu.
    A mensagem final foi incrível, não é? Nada como encarar as dificuldades de se encontrar um novo amor.
    Ah, caso assista ao filme, espero que você também goste. :D

    Beijos, Jeni.
    Ricardo - www.overshockblog.com.br

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  9. Oi Jeni
    Eu gosto bastante dos livros do Nicholas, embora tenha lido poucos, e achei esse bem interessante. Não o li ainda, mas gosto de romances maduros, onde as personagens tenham que enfrentar algumas dificuldades para ficarem juntos. Um pena que a estória te conquistou realmente ao final da narrativa. Pode ser que eu esteja enganada, mas parece seguir a mesma linha de "Um homem de sorte", visto que tem várias adversidades envolvendo o casal.
    Beijinhos

    Vidas em Preto e Branco 

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  10. Eu amo esse livro. Eu tenho!!!!
    Gostei da sua resenha mais daria um 5 para esse livro. Essa obra me encantou apesar de ser um pouco triste.
    Vou acompanhar o seu blog, o achei hoje procurando alguns que tivessem assuntos de livros.

    www.meumundosecreto.com.br

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