Título original: Precisava de você
Endereços: Submarino | Orelha de Livro
Gênero: Romance brasileiro
Páginas: 224
"Quem não te conhecesse, diria que você era um bad boy mal criado que ia contra o mundo por puro divertimento. Já eu via você como um garoto introspectivo e misterioso que fazia exatamente aquilo que queria fazer. Era como se a fumaça do seu cigarro fosse uma grande nuvem de impossibilidades que eu gostaria de penetrar." Trecho extraído da página 75
Primeiro, preciso dizer duas coisas importantíssimas: essa resenha estava quase pronta no rascunho desde o lançamento do livro e eu odeio criar expectativas a respeito de qualquer coisa justamente pelo que ocorreu com essa história. Quando soube dessa nova publicação da editora, fiquei eufórica e super curiosa para ler. Até o momento em que me deparei com o site oficial do livro e ouvi a sua trilha sonora, porque aí apaixonei de vez, mesmo sem conhecer. Consequentemente, apostei muitas fichas e fui com muita sede ao pote (no caso, no exemplar) dando de cara com a dona frustração. Sorte que nem tudo se perdeu, porque muitas questões valeram a pena a minha conferência. 

Bom, começar essa postagem de fato está sendo um pouco mais difícil do que esperava, pois queria ter gostado mais desse livro. De qualquer forma, resumindo muito para dar uma ideia geral, ele nos apresenta toda a história, do começo ao final, de ilusão causada por uma espécie de amor cego entre dois adolescentes, embora apenas um de fato tenha sustentado a relação de verdade. Lola Tavares narra, através de um caderno cheio de desenhos que serve como uma espécie de diário diante da riqueza de detalhes pessoais e intimidade das situações relatadas, tudo que aconteceu entre ela e o Gabriel Vegas. Ele, por sua vez, que se tornou a primeira paixão intensa e destruidora da garota, responsável por muitas noites sem conseguir pregar os olhos por conta da velocidade dos pensamentos e vômitos - cada um lida com sentimentos efervescentes de um jeito, né? 


Logo no início dessa leitura, senti que tinha algo me incomodando. Demorei um pouquinho para me situar, mas acabei percebendo que o problema era a falta de naturalidade na personalidade da protagonista. Quero dizer, meio que ficou um clima estranho de quem está forçando a barra, sabem? Uma superficialidade. Nos primeiros momentos, os dramas e atitudes dela não estavam conseguindo me convencer por serem intragáveis e exagerados sem necessidade disso. O que foi uma pena porque Lola é uma boa personagem, que após o decorrer dos capítulos, se mostrou mais madura diante das circunstâncias sem perder a essência, embora o bom humor tenha ido passear de vez em quando. Totalmente compreensível - corações quebrados causam essas coisas, podem ter certeza disso - porém enjoadinho para acompanhar. 

Outro fator digno de ser salientado, que me deixou chateada, foi não ter conseguido ser conquistada pela trama. Ela simplesmente não me prendeu e chega a doer comentar isso com vocês. Aquela sensação de superficialidade que comentei acima se estendeu para os outros personagens também, já que não ganharam um certo aprofundamento, o que até fez sentido, diante dos objetivos do autor. Durante certos instantes, angústia e monotonia se misturaram ao meu redor por conta do paradoxo preciso ler para saber o que vem a seguir e não estou conseguindo me animar tanto assim para prosseguir. Mas as coisas mudaram um pouco depois e outras questões diminuíram o meu desapontamento em uma proporção interessante.



Apesar dos pontos negativos citados, esse é um livro bom que acabou de entrar para a minha lista de releituras. Juro que não estou ficando maluca nem algo do tipo; sabem quando o clima não está muito propício para determinadas histórias e a gente não sabe? Então. Como estava vivendo algo parecido, boa parte do conteúdo encontrado perdeu um pouco da graça. 

Contudo, a escrita do Pedro merece palmas. É super gostosa e sua informalidade se encaixou perfeitamente com a atmosfera adolescente da trama, que despertará uma identificação tanto com pessoas da mesma faixa etária quanto de idade mais avançada, já que existe uma reprodução de diversas situações cotidianas anteriormente encaradas por uma parcela significativa da população. Afinal, quem nunca pagou um verdadeiro mico histórico na frente de quem gosta? Ou quase caiu com uma acelerada repentina do motorista do ônibus, obviamente único culpado pela possível queda, não tendo a pessoa nenhuma culpa por não estar prestando atenção? 


Ah! Tem outras questões super favoráveis que envolveram essa narrativa e valem destaque. Então, meio que coloquem a imaginação para funcionar, visualizando esse texto todo grifado de um amarelo (eu não vou grifar porque vai ficar bem brega e de brega já basta o amor) bem chamativo. Assim, voltando às questões, o final desse exemplar é apenas sensacional. Guerra ousou quando o redigiu e acertou em cheio. Até agora, mesmo após meses de realização da leitura, não sinto confiança para afirmar exatamente se essa história é de uma Lola verdadeira ou dele, ou quem sabe até do Gabriel, que entrou em depressão depois de ter sido tão babaca. Quem sabe, né? 

"Quando você está amando alguém, não há limite entre sensatez e estupidez. Simplesmente não existe. Você perde o controle sobre o que fala e às vezes até mesmo o que faz. É como se você se tornasse um ventríloquo, um daqueles bonecos que sentam na perna de um cara que passa a te comandar. É como se alguém manipulasse você - e esse alguém fosse o amor. Você só fala e fala e fala. Você não pensa nunca. Não existe racionalidade no amor recém-iniciado. Não existe conforto. Para as pessoas ansiosas, isso piora. Você quer saber onde o outro alguém está, o que está fazendo, se está pensando em você. Não existe paz em um amor descontrolado." Trecho extraído da página 178
Além disso, marquei exatamente oito quotes e tem muitos outros que reli tantas vezes que já até gravei a página, então não coloquei um post-it. E os personagens? Sam é o melhor amigo gay que uma menina poderia ter na vida e Noel o namorado mais gente boa do universo - afinal, são poucas as pessoas que vão segurar o teu cabelo quando estiver vomitando, acredite em mim. Gabriel é aquele carinha que encanta apenas com um olhar, porém que tem o poder de destruir um coração na mesma proporção e com um sorriso cafajeste no rosto. Um verdadeiro desperdício, sabem? Ser TBTB (tão bonito e tão babaca) como diria a nossa protagonista viciada em siglas. Algo que adorei.

Sobre os dados técnicos, a narrativa é feita em primeira pessoa pela Lola, de modo descontraído, leve, jovial e regado com doses de bom humor; todos os capítulos são curtos e possuem um título que tem ligação direta com o que será abordado; as páginas são amareladas; a fonte possui um tamanho bom que não irritou a minha vista; e a diagramação está apenas impecável, repleta de ilustrações fofinhas e um tantinho tristes, que parecem mesmo ter sido feitas à mão pela própria personagem. Ah! Ia me esquecendo de comentar que a editora disponibilizou duas versões de capas, sendo uma rosa e a outra azul, que é a do exemplar que recebi para resenhar. Ainda que essa tenha se mostrado uma leitura com altos e baixos, gostei de tê-la realizado e da mensagem que transmite a cada trecho. Em uma escala de zero a cinco, esse exemplar ganhou três, com certa dúvida e um pouco de pena, porém futuramente creio que essa classificação deverá mudar. Vale uma nova análise!

Gostaram da resenha? Então corram para adquirir um exemplar!

17 Comentários

  1. Oie,
    tenho este livro em casa, mas ainda não li.
    Confesso que estou enrolando um pouco para ler, as resenhas não me animam muito

    bjos
    http://blog.vanessasueroz.com.br

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    1. Oi, Vanessa! Jura? Achei que a minha resenha fosse a única mais ou menos desse livro. Até agora só li bem positivas dele!
      Um beijo!

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  2. Oi flor, tudo bem?
    Amei a sua resenha. Você nos dá uma ideia da história, pontua suas observações de maneira clara e objetiva. Gostei muito.
    Estou no início do livro e até o momento estou tendo as mesmas impressões. Estou lendo em e-book, mas está com uma boa diagramação e dá para curtir os desenhos.
    Bjus
    Lia Christo
    www.docesletras.com.br

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    1. Oi, amiga! Tudo ótimo e contigo?
      Puxa, fico tão feliz! De verdade! Escrevo com muito carinho e saber disso tudo me deixa transbordando alegria. Obrigada mesmo pelas suas observações.
      Ih, que maneiro! Quando eu publico a resenha, você começa a ler o livro, hehe. Espero que goste ainda mais que eu, viu?
      E a diagramação está impecável!
      Um beijo!

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  3. Oi, Jeni! Tudo bem? Ai, fiquei confuso agora! rs Os pontos negativos do livro fazem com que eu não queira lê-lo, mas os positivos fazem com que eu queira lê-lo! E agora? Ler ou não ler? Eis a questão... Adorei a resenha! :)

    Abraço

    http://tonylucasblog.blogspot.com.br/

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    1. Oi, Tony! Tudo ótimo e contigo, moço? Ih, caramba! Sou suspeita pra falar, mas recomendo que leia! Talvez consiga gostar mais da leitura que eu e os pontos negativos citados não te incomodem tanto. Quem sabe?
      Um beijo e muito obrigada!

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  4. Oii, li tantas resenhas sobre esse livro e ainda não tive oportunidade de conferir acredita, adorei o blog, estou te seguindo, bjos.

    yuugracindo.blogspot.com.br

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    1. Oi, Gracindo! Ah, pode ter certeza que acredito sim: isso costuma acontecer com frequência comigo. Espero que consiga lê-lo em breve!
      Muito obrigada, menina! Fico feliz que tenha gostado e que esteja seguindo. Vou passar no seu depois!
      Um beijo!

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  5. Gostei da resenha Jeni. Apesar do livro não ter suprido todas as suas expectativas, me pareceu ser um infanto-juvenil bacana para os adolescentes. Beijo!

    www.newsnessa.com

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    1. Oi, Vanessa! Fico muito feliz que tenha gostado dela. Fiz com um carinho enorme.
      Ele de fato tem se mostrado assim para os demais adolescentes; como comentei na postagem, fiquei triste por não ter funcionado totalmente da mesma forma pra mim.
      Um beijo!

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  6. Oi, Jeni!
    É triste quando vamos com muitas expectativas e somos frustradas. Pior ainda é quando vamos fazer uma resenha sobre o livro. Eu sempre tento ver o lado positivo do livro pra não parecer aquela leitora chata demais. Infelizmente, às vezes, é só o momento que lemos. Já aconteceu de eu odiar livros/filmes/músicas, refaze-los depois e simplesmente amar. Quem sabe, um dia, você relendo não mude de ideia.
    Se eu fosse comprar esse livro, seria só por conta da diagramação. Simplesmente amei.
    Beijos
    Balaio de Babados | Participe da promoção Natal do Babado

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  7. Oi, Jeni
    Eu não conhecia esse livro e também não consigo gostar de personagens que muito superficiais como você falou, acho que principalmente quando o livro é narrado em primeira pessoa o personagem deve sim ser bem trabalhado e envolvente para o leitor.
    Que bom que algo te surpreendeu e salvou sua leitura, mas agora não sei se me arriscaria com esse titulo, talvez mais no futuro.
    Beijos,

    Borboletas de papel

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  8. Olá, Jeni. Eu consegui absorver todas as críticas positivas sobre o livro e me apaixonar pelo mesmo. Para começar, esta edição me chamou muito atenção e conquistou-me. O amor cego entre os adolescentes também em cativou na história, me deixando irritado algumas vezes, mas daria uma chance a este livro.
    Blog: Consumidor de Sonhos | consumidordesonhos.blogspot.com.br
    Instagram: Consumidor de Sonhos | CdS

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  9. Achei o livro com um design muito bonito, uma pena que a história não te cativou tanto. Adorei a resenha :)

    www.vivendosentimentos.com.br

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  10. Oi Jeni!
    Não conhecia o livro e com os seus comentários sobre a protagonista ser superficial e a trama ser monótona em alguns momentos definitivamente não vou conferir, rsrs
    Não acho que seja maluquice. Às vezes estamos mesmo no momento errado para determinadas leituras. Pena que dessa vez foi uma decepção.
    Beijos,
    alemdacontracapa.blogspot.com

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  11. Oieeee... nossa, eu achei que esse livro fosse maravilhoso rs
    Mas olha, confesso que fiquei muito, muito curiosa para ler. E se pelo menos a escrita dele é ótima, quem sabe não me conquista...

    Beijos

    Meu Meio Devaneio

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  12. Olá, Jeni.
    Eu vi esse livro em alguns blogs e não me interessei em ler ele. Não sei nem o porque. E agora lendo a sua resenha e os pontos que você levantou, acho que não irei ler mesmo. Eu já fiz isso de ir com as expectativas lá nas alturas e me decepcionar. Por isso hoje em dia até espero o tempo que for preciso para ler algum livro que quero muito ler, para não me decepcionar.

    Blog Prefácio

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