
Endereços: Americanas | Orelha de Livro
Gênero: Literatura juvenil
Páginas: 384
"Um dia eu teria todos os livros do mundo, prateleiras e mais prateleiras deles. Viveria em uma torre de livros. Leria o dia todo e comeria pêssegos. E, se algum jovem cavaleiro de armadura ousasse vir gritando em seu cavalo branco, me pedindo que soltasse o cabelo, eu o bombardearia com caroços de pêssego até que fosse para casa." Página 25Céus, que constrangedor. Tem coisa mais preocupante que ficar na frente do computador, encarando uma tela em branco por horas a fio, sem conseguir colocar para fora tudo que sentiu durante uma leitura? Pelo menos para mim, não. Creio, no entanto, que posso começar a brincadeira afirmando uma coisa que ninguém pode negar: a capa desse livro está incrível e estupidamente atrativa. Foi justamente um dos motivos da minha solicitação de um exemplar para análise pela editora parceira. E não me decepcionei, mas durante a leitura acabei criando expectativas que não foram supridas e fechei o livro um pouco frustrada. Não tanto por conta da senhorita Calpúrnia, que também pode ser chamada vulgarmente como curiosidade-em-pessoa. Explicarei melhor nos parágrafos a seguir.
Bom, nesse livro somos apresentados a uma jovem garota chamada Calpúrnia, que por alguns acasos do destino acaba conhecendo melhor e desenvolvendo um afeto grandioso pelo seu avô, sempre bastante fechado para as pessoas e aberto para os animais. Essa relação inesperadamente transforma o antigo laço familiar frouxo em companheirismo essencial, que desperta na curiosa menina, única do gênero feminino no meio de outros seis rapazes, uma verdadeira ampliação de horizontes que deixaria qualquer professor de matérias mais cults, por assim dizer, como Filosofia e Sociologia, além daquelas envolvendo mais pontos para a compreensão do natural, como a Química e a Física, muito contentes. Em um piscar de olhos, com o auxílio de seu novo fiel escudeiro (isso soou muito brega, sei disso) nossa protagonista se depara com um fascinante mundo desconhecido inteirinho, ofuscado por aulas de etiqueta, culinária e costura, que estava bem diante dos seus olhos anteriormente vedados por futilidades. E assim se inicia a evolução de Callie Vee, exatamente de acordo com o título, com muitas questões biológicas envolvidas e fatos interessantes.